Santos, 07/08/2024
A neblina que vem do mar cobre as vestes da cidade e me faz recordar lembranças de um tempo tão distante, da minha juventude. Passa os anos, mas você não passa nunca, existe ainda uma saudade escondida, uma mala que não foi desfeita e guarda dentro dela os versos que escrevemos juntos. Onde foi que nos perdemos um do outro? Eu pergunto. A gente queria tanto ficar juntos. Quando foi que saí e não voltei mais? E, por que você vive em mim, agora? Há tantas perguntas. Onde estão as respostas? Criamos tantos poemas juntos. “Vercejos da juventude”. Você era o meu casulo, eu me refugiava em ti. Muitas vezes adormeci no seu peito amigo. Seus olhos castanhos claros, seus cabelos cacheados brincavam no meu rosto e catávamos ao som alegre do seu violão. Dizem que o tempo é a cura, mas a minha ferida, não curou. Sinto cravada, no meu peito, uma agulha a espetar meu coração que, um dia, eu a ti entreguei e, quando voltei, você já tinha partido.
07/08/2024 Santos Regina Oliveira Devi
Regina Oliveira
Enviado por Regina Oliveira em 09/08/2024
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