A terceira face da moeda é a verdade sinistra. Aquela que todos escondem, que todos temem por medo, vergonha...ou por simples coerência. Verdades protegidas da História, das Ciências, da filosofia. O que está além, das entrelinhas. A terceira face da moeda.

Coração Inquieto

"Eis o meu corpo, meu Templo Sagrado, casa de minh'alma onde mora o meu Amor."

Textos


ENCONTRO – COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA

O YOGA FORA DO TAPETE

       O estudo do Yoga começa por cinco princípios de ordem ética (Yamas) que têm por objetivo apontar as possibilidades de uma vida melhor para cada um, individualmente, e para a sociedade como um todo; e os (Niyamas) os cinco princípios de ordem moral que buscam controlar a cada um, individualmente.

YAMAS:

- Ahimsa (não-violência): devemos ter atitudes amorosas com todos os seres viventes que habitam o planeta Terra e o Universo.

- Sathya (verdade): devemos sempre dizer a verdade sem causar danos de qualquer tipo.

- Asteya (não roubar): inclui não se apropriar de projetos, idéias ou qualquer objeto que não lhe pertença por direito.

- Brahmacharya (não promiscuidade): cuidar bem da sua energia sexual, uma vez que é a energia da criação, inclui ser leal consigo e com os outros.

- Aparigraha (desapego) de tudo que pode gerar sofrimento a si mesmo e aos outros.

NIYAMAS:

- Saucha (Pureza): relacionada á pureza do corpo espiritual e do corpo físico (alimentação, higiene corporal, higiene do ambiente em que vivemos etc).

 - Santosha (Contentamento): a postura correta na alimentação, no lazer nas práticas corporais e mentais, lembre-se que nem todo alimento nutre e nem toda forma de lazer é saudável, ou seja, não vai lhe proporcionar contentamento.

- Tapas (Autossuperação) é sua força interna, o compromisso com o si mesmo e suas decisões silenciosas, nesse sentido os exercícios meditativos são ferramentas essenciais para despertar esse niyama.

- Svadhyaya (auto-estudo): “Conhece-te a ti mesmo”, é a percepção de si mesmo, é quem você é.

- Ishvarapranidhana (Entrega sincera a Ishvara) fala sobre sua relação com o Sagrado, com o Divino, com a Fonte Criadora, com Deus.

      

Porque falar de ahimsa é tão importante

       O Yama Ahimsa (não-violência) engloba todos os outros Yamas, afinal, todos os nossos sentimentos, pensamentos e ações geram conseqüências em nós, nos outros, no meio ambiente, enfim no planeta, é preciso assumir a responsabilidade por tudo que fazemos.

       Ahimsa – vem do verbo (Sânscrito) hims - machucar, ferir ou causar dano. A letra “A” (na frente) corresponde a palavra “não”, logo Ahimsa significa não-violência ou não-ofensa, o qual reflete o desejo do ser humano de não machucar-se, sofrer alguma dor ou ameaça de quaisquer tipos. Significa também que não devemos causar danos por qualquer meios, atos, palavras, pensamentos etc.

       Vamos chamar Ahimsa de bom senso. Então, ao nutrir um pensamento bom por alguém estou fazendo bem ao outro e a mim mesmo. Isso é ahimsa. O senso comum determina que: não devo fazer aos outros, o que não quero que os outros façam a mim.

       Ahimsa representa um valor pela não destruição ou não dano a qualquer parte da criação. Requer atenção e sensibilidade.

Exemplos:

- Eu cuido e respeito cada ser vivo e a natureza mantendo um ambiente livre de lixos. -- Com meus companheiros fico atento ás palavras e atitudes que podem de algum modo, causar mágoas e desconfortos a eles, desenvolvo uma apreciação mais sutil pelos sentimentos dos outros.

- Faço meditação para acalmar minha mente e meus sentimentos, posso observar além das minhas necessidades, compreendendo as necessidades dos outros a minha volta. Assim, me torno uma pessoa alerta e observadora com uma mente sensível pronta para ouvir.

- Optei por uma alimentação vegetariana em defesa da causa animal, porém respeito os meus familiares e amigos que ainda se alimentam de proteína animal.

- Pequenas gentilezas fazem uma grande diferença. No meu trabalho mantenho a pia da cozinha sempre seca após usar.

- Em casa compartilho as tarefas com minha mãe.

- Ao limpar as folhas secas da calçada deposito-as no local reservado para os resíduos orgânicos.

 

 

                                                        Conto - A maneira de dizer as coisas

       Certa vez um sultão sonhou que havia perdido todos os dentes. Logo que despertou, mandou chamar um adivinho para que interpretasse o seu sonho:

       - Que desgraça, Senhor! Exclamou o adivinho.

       - Cada dente caído representa a perda de um parente de vossa majestade.

       - Mas que insolente – Gritou o sultão, enfurecido. Como te atreves dizer-me tal coisa? Fora daqui.

       Chamou os seus guardas e ordenou que lhes dessem cem açoites.

       Mandou que trouxesse outro adivinho e lhe contou sobre o sonho.

       Este, após ouvir o sultão com atenção, disse:

       - Excelso senhor! Grande felicidade vos está reservada. O sonho significa que haveis de sobreviver a todos os vossos parentes.

       A fisionomia do sultão iluminou-se num sorriso e ele mandou dar cem moedas de ouro ao segundo adivinho. E quando este saía do palácio, um dos guardas disse admirado:

       - Não é possível! A interpretação que você fez foi a mesma que o seu colega havia feito. Não entendo porque o primeiro ele pagou com cem açoites e a você, com cem moedas de ouro.

       - Lembra-te meu amigo – respondeu o adivinho – que tudo depende da maneira de dizer.

 

 

Bibliografia:

Dayananda Saraswati, Swami. O Valor dos Valores. Coordenação: Gloria Arieira. Rio de Janeiro. Editora Vidya Mandir,2014.

DESIKACHAR, T.K.V. O Coração do Yoga: desenvolvendo a prática pessoal. Tradução: Greice Costa. 2 ed. São Paulo: Mantra, 2018.

ARIEIRA, Gloria. O Yoga que conduz a plenitude: os yoga sutras de Patañjali. Rio de Janeiro: Sextante, 2017.

Bhagavad Gita: Texto clássico indiano. Tradução comentada por Carlos Eduardo G Barbosa. São Paulo: Mantra, 2018.

Crsrose.com.br/Gandhi-e-o-dia-da-nao-violencia

cadernodemensagens.net/sitebrowser/node/1093

 

 

Regina Oliveira
Enviado por Regina Oliveira em 08/01/2024


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