Escrevi tantos versos e poemas que me pedi nesses lances de memória. Intempestivamente a alma chora e a caneta não desliza mais, falta inspiração, nasce o desejo de falar de noites mal dormidas onde brotavam versos benfazejos em ondas e pensamentos emotivos. Entre goles de café e fantasias, buscando um sentido para a vida, e, sem sentido o que é a vida afinal se não um grande livro esquecido. E o poeta é a própria página imprimida, a capa velha e rasgada, a mortalha da falsa verdade que um dia cai a ficha. Não quero ser poeta de um mundo suicida. O mundo mudou, eu mudei, a caneta não desliza mais, agora uso o teclado do notebook. Hoje, relendo os poemas me pergunto: Quem escreveu? Fui eu ou meus muitos eus? Talvez hoje, a vida seja bem diferente daqueles meus primeiros poemas, Talves a vida esteja mais mutável, menos inconsequente, uma tal consciência bateu á minha porta, e eu fiquei assim consciente E agora preciso buscar, no fundo de mim mesma, o bêbado equilibrista. Regina Oliveira
Enviado por Regina Oliveira em 18/11/2020
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