Encarnação
Do meu norte Ao meu sul Sou uma mulher dividida Entre o ficar E o partir, Entre o estar E o fugir. Trago em mim Mundos ocultos Gentes de todo lugar Na caixa preta do meu ser Desemboca a luz das estrelas, As paixões, Os orgasmos Das deusas e deuses, Masculino e Feminino Numa só ortografia, Numa única alegoria Macho-fêmea. Hemafrodita. Do meu leste Ao meu oeste Nasce a luz Nascem as trevas. Minhas sombras de confrontam Numa eterna guerra troiana, Regada ao vinho de Baco E as cabeças de Meduza. Doce veneno injetado No corpo de Cléo A rainha devassa Do Egito antigo. Em mim, vejo o espelho do tempo O espelho do mundo Refletindo os meus olhos Que me acusam Numa luz que brilha Clareando o submundo. Regina Oliveira
Enviado por Regina Oliveira em 10/12/2013
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