Oi, Amor,
       A noite vem com seus barulhos sinistros. Barulhos da noite. Um cão uiva... um grilo assovia. Eu me reviro na cama. Seu espaço está vazio. A cama é fria. Uma gota d'água parece um rio a correr na minha mente. Seu espaço é tão grande que todos ficam pequenos, somem, afundam, então...fico só, com a solidão, minha companheira. Há cadeado no portão, estou presa a ti. As vezes penso em fugir, viajo para outras terras, para o mar, mas, em lugar algum fico sem sua presença forte e marcante, em mim. Chamo, mas você não vem. O tempo passa. Sinto que minha alma já não cabe em mim. Já não sou tão menina, assim e, a vela da vida já começa a derreter nas minhas mãos. Queria dizer que não te quero mais, queria...queria dizer que quero ficar só, queria...queria dizer que você não é a última bolacha do pacote, queria...queria te esquecer, queria...Mas a noite vai embora, se torna dia. A sua ausência me consome. E eu...juro de pé junto, que não queria.